terça-feira, 13 de maio de 2008

Pedido de socorro em forma de arte!







Idéia genial que partiu do artista plástico Eduardo Srur.
Em 2006 o artista proporcionou um momento de reflexão na sociedade paulistana quando gerou uma intervenção urbana soltando diversos caiaques super coloridos no rio Pinheiros, em Sâo Paulo. O Pinheiros, assim como o Tietê, não é apenas um rio; é um dos signos de São Paulo, um dos signos que a cidade possui sobre seus erros. Isso significa, para seus moradores, assumir uma identidade que soma caos, desordem militante, sujeira, violência, desvios urbanos e administrativos que constituem a história e o presente de um dos maiores centros urbanos no mundo. Desta form, para remedir, a "invisibilidade" é a melhor arma para uma sociedade doente.


Esta ação me fez pensar no Arroio Dilúvio, que fica em plena Avenida Ipiranga, em Porto Alegre. Ninguém enxergava, até começarem as obras no ano passado e os cones e máquinas, atrapalhando o fluxo na avenida tornarem obstáculos no momento de rusch em nosso dia-a-dia.


Até a década de 1950, o Dilúvio apresentava águas muito limpas, e ganhou este nome porque costumava inundar os bairros vizinhos, como Menino Deus ou Cidade Baixa, em dias de chuva forte. Hoje recebe cerca de 50 mil metros cúbicosde lixo e terra por ano, além do esgoto cloacal de três bairros.
Não é o momento de refletirmos sobre isso?

Pensar sobre algo é admitir, de início, que existe ao menos mais de uma possibilidade... Os caiaques sobre a água do Pinheiros funcionaram como verdadeiras linhas de força, criando uma luminosidade em torno do rio e das escolhas feitas pela cidade e seus cidadãos - e por essas linhas é possível observar essa parte maldita sendo devolvida ao imaginário da cidade, que se vê mais uma vez diante de algo, antes, inexistente; de invisível, agora se torna presente, capaz de dar vida a um murmúrio urbano.

Nenhum comentário: